Comentário:
A música “Ser Para a Vida” é primeiramente uma homenagem à essência eterna e infinita de D’us (Deus), que segundo o filósofo Judeu Sefaradita Baruch Spinoza envolve necessariamente afirmação, perfeição e existência necessária. Em segundo lugar, é uma homenagem ao ente Humano, cuja essência finita também envolve afirmação, perfeição (ou seja: realidade, já que realidade = perfeição), mas não a existência necessária. Esta música, assim, é uma homenagem à característica afirmadora de D’us e de seus modos finitos, pois quando se define a essência do Ser (aquilo que compõe a essência de todas as coisas – ou seja, D’us) se fala aquilo que o Ser é, não aquilo que ele não é. Em terceiro lugar, esta música é uma pequena brincadeira feita com o conceito de “Ser para a morte” em Martin Heidegger, como se a essência do ente Humano contivesse algo que negasse a ela ou ele próprio (no nosso caso, a morte). Em conclusão, o Humano apenas existe em D’us e não pode ser explicado sem D’us, cuja natureza é necessariamente afirmação, e não envolve qualquer negação. Logo, o Humano é para a Vida (afirmação), e nunca para a morte (negação).
No mais, um comentário sobre as imagens utilizadas no vídeo do youtube (www.youtube.com/watch?v=c9ZyK-2wnQE&t=14s): além do símbolo do projeto e de um esquema mostrando a relação entre D’us e seus modos finitos na filosofia de Spinoza (mesma foto aqui da postagem(, estão a imagem da Centúria Malatesta, da Coluna Durruti e de uma guerrilheira curda. Essas referências políticas fazem alusão tanto ao caráter afirmador da Vida e de amor ao Humano que a meu ver é o cerne do ser de Esquerda, como ao caráter de luta e auto-defesa das classes oprimidas contra as classes dominantes, isto é: afirmação e amor pela essência humana coletiva e que na prática significa a eliminação do 1% da população mundial que está no topo da hierarquia social.

Commentary:
The song “Ser Para a Vida” (“Being Towards Life”) is first of all a tribute to the eternal and infinite essence of G-d (God), which according to the Sephardi Jewish philosopher Baruch Spinoza involves necessarily affirmation, perfection and necessary existence. Second of all, it is a tribute to the human Being, whose finite essence also involves affirmation, perfection (that is: reality, since reality = perfection), but not the necessary existence. This song, thus, is a tribute to G-d and its finite modes’s affirmative characteristic, for when one defines the essence of the Being (that which makes up the essence of all things – that is, G-d) one talks about what the Being is, not what it isn’t. Thirdly, this song is a small joke made with the concept “Being-towards-death” in Martin Heidegger, as if the essence of the Human being contained something which denied her or himself (in our case, death). In conclusion, the Human only exists in G-d and cannot be explained without G-d, whose nature is necessarily affirmation, and doesn’t involve denial. Hence, the Human is towards Life (affirmation), and never towards death (denial).
Moreover, a commentary about the images utilized on the youtube video (www.youtube.com/watch?v=c9ZyK-2wnQE&t=14s): besides the symbol of the project and a scheme showing the relation between G-d and its finite modes in Spinoza’s philosophy, there are the images of the Centúria Malatesta (the Batallion of Death), the Durruti Column and a kurdish female guerrilla. These political references shed light on both the affirmative character of Life and love for the Human that is the core of being Left-wing, and on the characteristic of struggle and self-defense of the oppressed classes against the dominant classes, that is: affirmation and love for the collective human essence and that in practice means the elimination of the 1% of the world population that is on the top of the social hierarchy.